PRIMEIRA APARIÇÃO

“Eu sou do Céu”

Perto do meio dia, brincavam alegremente quando, de repente, uma luz intensa brilhou. Pensaram que fosse um relâmpago. Começaram a descer a encosta com as ovelhas quando, outra luz, mais intensa, os deteve. Então, avistaram junto da copa de uma azinheira, uma Senhora que Lúcia assim descreve:

Era uma Senhora vestida toda de branco, mais brilhante que o Sol, espargindo luz mais clara e intensa que um copo de cristal, cheio de água cristalina, atravessado pelos raios do sol mais ardente.

Ficaram os três surpresos pela aparição. Estavam tão perto da Senhra que pareciam estar dentro da luz que A cercava ou que dEla se espargia.

Nossa Senhora então lhes disse:

− Não tenhais medo, Eu não vos faço mal.

Lúcia perguntou à Senhora:

− Donde é Vossemecê?

− Sou do Céu (disse, apontando para o céu).

− E que é que Vossemecê me quer?

− Vim para vos pedir que venhais aqui seis meses seguidos, no dia 13, a esta mesma hora. Depois vos direi quem sou e o que quero. Depois voltarei ainda aqui uma sétima vez.

− E eu também vou para o Céu?

− Sim, vais.

− E a Jacinta?

− Também.

− E o Francisco?

− Também… Mas tem que rezar muitos terços.

− Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?

− Sim, queremos.

− Ides, pois, tendes muito que sofrer, mas a graça de Deus será o vosso conforto.

Lúcia descreve o que se deu a seguir:

Foi ao pronunciar estas últimas palavras que Nossa Senhora abriu as mãos comunicando-nos uma luz tão intensa, como que reflexo que delas expedia, que, penetrando-nos no peito e no mais íntimo da alma, fazia-nos ver a nós mesmos em Deus − que era essa luz − mais claramente que nos vemos no melhor dos espelhos.

Os pastorinhos caíram de joelhos e por um impulso íntimo, também comunicado, repetiam íntimamente:

Ó Santíssima Trindade, eu Vos adoro. Meu Deus, meu Deus, eu Vos amo no Santíssimo Sacramento.

Depois Nossa Senhora acrescentou:

 − Rezai o terço todos os dias para alcançardes a paz para o mundo e o fim da guerra.

 Isto dito, Ela começou a elevar-se serenamente, subindo em direção ao nascente, até desaparecer na imensidade da distância. A luz que A circundava ia como que abrindo um caminho no cerrado dos astros.

Os três ficaram ainda algum tempo com o olhar dirigido para aquele ponto do céu. Depois sua atenção voltou-se para as ovelhas, que continuavam a pastar tranquilamente ao redor.

Passaram a tarde rememorando os detalhes do extraordinário acontecimento. A alegria transbordava de seus corações, sobretudo de Jacinta:

Ai que Senhora tão bonita! exclamava ela, de tempos em tempos, impressionada pela beleza da aparição.

O convívio das três crianças com Nossa Senhora se dava de forma diversa: apenas Lúcia falava com Nossa Senhora. Jacinta via e ouvia. Francisco apenas A via.

Por isso, quando as duas meninas repetiram as palavras da Mãe Deus sobre sua ida para o céu, Francisco, cheio de contentamento, exclamou:

Ó minha Nossa Senhora! Terços, rezo todos quanto Vós quiserdes.

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