Havia, por fim, chegado o dia tão esperado. E, apesar da chuva que caía sem cessar, o povo vinha de todas as partes de Portugal para presenciar o milagre prometido por Nossa Senhora. Eram cerca de setenta mil pessoas: desde sacerdotes até marinheiros, militares, jornalistas e gente de todos as classes sociais.
“Chegados à Cova da Iria, – narra Lúcia – e levada por um movimento interior, pedi ao povo que fechasse os guarda-chuvas para rezarmos o terço. Pouco depois, vimos o refexo de luz e, em seguida, Nossa Senhora.”
− O que é que Vossemecê me quer?
− Quero dizer-vos que façais aqui uma capela em minha honra: que sou a Senhora do Rosário; que continueis sempre a rezar o terço todos os dias. A guerra vai acabar, e os militares voltarão para suas casas.
Lúcia pede por alguns doentes e pecadores:
− Uns sim, outros não. É preciso que se emendem, peçam perdão pelos seus pecados. Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor, que já está muito ofendido.
Elevando-se, Nossa Senhora abriu as mãos e fez sua própria luz refletir-se no sol. Foi quando Lúcia exclamou: Olhem para o Sol!
As nuvens tinham se afastado e o sol brilhava num céu sereno. Assim que Nossa Senhora desapareceu, os pastorinhos viram, perto do sol, São José com o Menino Jesus que pareciam abençoar a multidão.
Desaparecida esta visão, Lúcia viu Nosso Senhor a caminho do Calvário e Nossa Senhora das Dores. Nosso Senhor traçou com a mão um sinal da Cruz, abençoando a multidão. Por fim, aos olhos de Lúcia apareceu Nossa Senhora do Carmo com o Menino Jesus ao colo, com aspecto soberano e glorioso.
Enquanto se passavam essas cenas, a multidão espantada assistiu ao grande milagre prometido pela Virgem para que todos cressem.